Não se sintam decepcionados, mas não..o vinho verde não é verde.
Verde significa o oposto de maduro, significa que não é (em tese) um vinho de guarda, que não estagia nunca ou quase nunca em madeira…. Significa um vinho com alto frescor ou, como dizem os queridos portugueses: com frescura!
Passado isso, vale dizer que, ao contrário do que muita gente pensa, o vinho verde tem altíssima qualidade e excelentes rótulos. Muitos, inclusive, com capacidade de envelhecimento, o que a altíssima acidez das uvas que os compõem proporciona.
Estive na Região à convite da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes e da EntreCopos e pude conhecer um pouco mais sobre o assunto e me surpreender muito!
Você sabia queexistem espumantes, brancos, rosés e tintos de vinho verde? Siiiiiimmmmm. E são incríveis!!
Na foto acima os maravilhosos vinhos da Covela, que podem ser adquiridos no Brasil na Winebrands.
Ah mas como assim, Keli?
Vinho Verde é a denominação de origem, a região demarcada em Portugal que tem autorização para produzir determinadas uvas e sob muitas regras. Dentro dessa denominação (cujo selinho de identificação é esse ai abaixo) podem-se produzir todos os estilos de vinho.
Eu confesso que me apaixonei (pela pessoa errada – ops não era isso) muito pelo que descobri por lá e tenho cá meus motivos:
- O vinho verde tem tudo a ver com o Brasil!! São frescos, leves, podem ser tomados a temperaturas mais baixas. Sua alta acidez – inclusive nos tintos – auxilia nas harmonizações e dá até pra combiná-lo com comidinhas de boteco, como um torresminho ou outras friturinhas, entradas… O vinho da foto está disponível na Mistral
- O vinho verde é classudo! Existem alvarinhos de Monção e Melgaço – sub região dos Vinhos Verdes – que são maravilhosos e podem harmonizar com pratos mais refinados. Além de deliciosos, ainda ajudam a gente a sair do comum. Dá uma olhada na cor dessas crianças….
- Os tintos são surpreendentes! A casta “rainha” da região é a Vinhão. Meio rústica, mas que quando bem feita origina vinhos interessantíssimos e também bem gastronômicos. E aqui me permito mostrar dois rótulos. O primeiro é um dos que provei lá, bem rústico, ácido e potente. Maravilhoso:
O segundo, um rótulo bem mais macio, uma vinhão domada e fácil de beber. Disponível aqui no Brasil na Decanter .
Ambos vão muito bem com comidas gordurosas (um leitãozinho pra ser bem típico) e também com boas charcutarias.
O Brasil é um dos maiores mercados da região e temos muuuuuuuitos rótulos disponíveis em importadoras e redes de supermercados. Vale a pena buscar um pertinho de você e provar. Ah! E fuja daqueles mais conhecidos e ligeiramente gaseificados. Eles não representam a beleza dos vinhos da região.
Enfim… Foi uma imersão deliciosa e elucidativa muito além dos vinhos, mas também na cultura da região. Espero que sintam um pouquinho disso tudo ao lerem esse post e degustarem suas taças de bons vinhos verdes.
A foto abaixo é uma imagem histórica da colheita no século passado e está na linda sede da CVRVV. Como eu não tinha roupa parecida fiz uma foto de rainha da vindima pra usar na foto de destaque do post. hahahahahaha
Até a próxima coluna, Keli Bergamo