O vinho do Porto é apaixonante. Te garanto!
Nós, mais jovens (e aí de quem disser que não sou) temos a mania de achar que o vinho do Porto é coisa de gente mais velha, que é um vinho sisudo e só combina com senhores engravatados e seus charutos.
Pois isso não é verdade. Por mais que este vinho português de alma inglesa tenha sim seu lado aristocrático, há inúmeras possibilidades de consumo e uma com certeza vai lhe agradar. E nestes dias mais frescos ele é um ótimo parceiro após uma refeição quentinha.
Além disso, vinho do Porto é bom demais!! Quando a gente entende um pouquinho sobre ele e se habitua a consumi-lo ele nunca mais sai de nossas adegas, taças, geladeiras…
O Porto é um vinho fortificado que só pode ser produzido na região do Douro em Portugal. Se viu vinho do porto de Caxias, da África ou sabe lá de onde corre que é cilada. A região do Douro foi uma das primeiras demarcações de produção de vinho do mundo e a primeira a ter regras estabelecidas, isso lá em 1.756. Vinho do Porto é só o que vem de lá. Existem outros fortificados pelo mundo, mas devem usar outros nomes.
Fortificado..Sei.. Ops… Não sei…. E isso significa exatamente o que?
Tia Keli explica….
O Porto não possui graduação alcoólica mais alta a toa: Durante o processo de fermentação (conversão do açúcar em álcool pelas leveduras) é adicionado a este mosto uma água ardente vínica. Ela adormece as leveduras (que ficam bebinhas hehe) e a fermentação é interrompida. Assim, ainda remanesce açúcar das uvas no vinho e há esse aporte de álcool, fortificando-o. Simples não é?
Depois disso eu posso escolher como estagiarei meu vinho – se em grande ou pequenas barricas de madeira – e dar a ele estilos diferentes: Ruby (em grandes tanques que ajudam a preservar aromas mais frutados e a cor jovem) e em pequenas barricas, deixando-o mais amendoado e com toques “aloirados”, o Tawny.
Aqui deliciosos exemplos de Rubi e Tawnys que vocês podem encontrar em vários pontos pelo Brasil e são importados pela Qualimpor.
Esse é o Taylor’s Select. Vejam como a cor é muito mais jovem:
E aqui um dos meus Tawnys favoritos, o Quinta dos Murças:
Posso ainda ter safras especiais e lançar os LBVS (late bottle vintage), os Colheitas ou os Vintages, que são ainda mais especiais e merecem um post só para eles.
Vejam essa belezura que provei esses dias:
Mas como consumi-los? Bem, devido a graduação alcoólica não é recomendável consumir em grandes doses. O ideal é apenas uma pequena taça e você pode apreciá-lo sozinho ou com alguma sobremesa de chocolate, amêndoas, caramelo. Se gosta dos contrastes como eu, um pedacinho de queijo azul é ideal.
Uma outra alternativa é utilizar os portos brancos – feitos pelo mesmo processo porém com uvas brancas – e degustar um drink delicioso chamado portônica. Já falei sobre ele aqui.
Vejam que belezura esse Portônica feito com o Taylor’s Chip Dry, um pouco mais seco que os portos tradicionais:
Gostaram? Provem e me contem seus favoritos.
Até a próxima coluna, Keli Bergamo