Entrando na primavera já começo a pensar nos vinhos que mais combinam com descontração, dias mais longos e podem ser degustados a toda hora.
Tem diversas uvas que adoro, mas elas nem sempre são tão simples de combinar e dependem de harmonizações mais criteriosas. Já a sauvignon blanc, que além de tudo é uma das brancas mais fáceis de encontrar nas prateleiras por aí, é uma belezinha para os dias quentes e de preguiça de cozinhar.
Comecemos do começo… A Sauvignon Blanc é originária da França, onde é muito cultivada em Bordeaux e no Loire (procure por Sancérre e Poully-Fumé) e tem um grande diferencial: ao contrário de outras brancas (como a chardonnay) que possuem aspectos predominantes frutados, a SB traz elementos herbais e vegetais mega refrescantes. Isso deixa seus vinhos deliciosamente leves, com sensações “esverdeadas” e com gostinho de fim de tarde quente.
Dependendo da região – se um pouco mais quente – esses aromas que lembram gramíneas, ervas, aspargo e tomate verde podem passar a frutas mais tropicais como maracujá, kiwi…
Além disso, é uma uva que sempre deixa seus vinhos com alta acidez, o que aumenta a sensação de frescor em boca. Perfeita para comida asiática, saladas, comidas vegetarianas, peixes, queijinhos leves…
Já consegui deixar você com vontade de prová-la?
Então se liga nessas dicas que separei vindas de diversos lugares do mundo:
Da mítica região de Bordeaux (sub-região de Entre-Deux-Meurs), aqui a SB está cortada com suas parceiraças da região: Muscadelle e Semillón. Esse trio, aliás, origina um dos vinhos mais apreciados do mundo. o néctar Sautérnes (já falei dele aqui). O BelAir é importado pela Decanter e custa R$160,80
A maior oferta de SB no mercado brasileiro vem do Chile e há no país regiões ótimas para o caráter mais frutado e tropical dela, como o Vale do Casablanca. Eu particularmente amo os do Vale de San Antonio, do Leyda e esse ai de baixo, Koyle Costa, que vem da região costeira do Colchagua. Custa R$79,00 na Grand Cru.
Quer um mais frutado e potente? Esse foi uma das surpresas dos últimos tempos: Stanford Hills é um sul africano com mais corpo e frutas como pêssego, maracujá… Acidez alto mas um vinho com um pouco mais de “calor”. Custa R$79,90 na Rede Muffato.
Quer fazer bonito e mostrar que manja dos paranauês do vinho? Prove um Sauvignon Blanc da Borgonha. Nesta região francesa a uva predominante é a Chardonnay, mas uma AOC específica produz um varietal incrivelmente elegante. Saint Bris! E aqui a dica é do Clotilde Davenne, importado pela Delacroix e que custa R$142,00.
E por último, mas não menos importante um vinho que provei na última semana e amei: Seival, Safra 2019 (sim, acabou de ser colhido, elaborado e engarrafado). Brazuca lá da Campanha Gaúcha, Fácil e mega típico, Um SB delicioso e por menos de R$40,00
Ah! A SB geralmente não estagia em carvalho, mas se encontrar algum vinho por aí com a definição de Fumê Blanc, significa que ela fermentou ou estagiou em barrica e ai será um pouco mais comedida em acidez e um pouco mais corpuda.
Aproveite que as temperaturas estão subindo e ache seu Sauvignon Blanc preferido. Amou o que degustou? Conte pra gente nos marcando em sua foto no instagram: @arquitetandoestilos
Até a próxima coluna, Keli Bergamo