Recentemente os Estados Unidos decidiram que os produtos que possuem gordura trans em sua composição deverão ser retirados do mercado no prazo de três anos. A decisão foi feita pela FDA (Food and Drug Administration), agencia que regulamenta alimentos e medicamentos no país.
Mas afinal de contas, o que são as gorduras trans? Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), “As gorduras trans são um tipo específico de gordura formada por um processo de hidrogenação natural (ocorrido no rúmen de animais) ou industrial. Estão presentes principalmente nos alimentos industrializados. Os alimentos de origem animal como a carne e o leite possuem pequenas quantidades dessas gorduras.” Isso quer dizer que a gordura trans que nós devemos realmente nos preocuparmos é a produzida pela indústria e usada em seus produtos.
Como ela é feita? As gorduras trans (ou ácidos graxos trans) são formadas quando se adiciona hidrogênio ao óleo vegetal, processamento conhecido como “hidrogenação” (Anvisa). Já reconhecem essa palavra, né? É daí que vem a Gordura Vegetal Hidrogenada! Esse é o processo que gera os ácidos graxos trans.
Para que serve? São usadas para melhorar a consistência e o sabor dos alimentos, além de aumentar a durabilidade de alguns produtos.
E agora a pergunta mais importante: Ela faz mal para a saúde? A resposta é SIM! A gordura trans consumida em excesso pode diminuir o HDL, conhecido como o “bom colesterol” e aumentar o colesterol total, o LDL (colesterol ruim) e a gordura na região abdominal. Esses fatores deixam o organismo predisposto para a formação de placas de gorduras que podem entupir as artérias do coração e do cérebro, causando infarto ou AVC (Acidente Vascular Cerebral).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo de gordura trans não deva ultrapassar 1% do valor calórico da dieta. Então, em uma dieta de 2000Kcal, por exemplo, o máximo a ser ingerido por dia são 2g de gordura trans.
“Então pra ver a quantidade de gordura trans que estou consumindo por dia é só eu somar o valor descrito nas embalagens dos produtos?” Esse é o problema, gente! No Brasil, existe uma brecha na legislação onde se permite dizer que um produto é “isento”, “não contém” ou é “livre” de gordura trans, se possuir 0,1g ou menos dela em sua PORÇÃO. Como assim? Vou explicar com um exemplo: Você compra um pacote de bolacha de 140g, mas quando olha lá atrás nas informações nutricionais, o fabricante só te passa o equivalente a 30g ou 3 unidades. Na tabela diz que essa porção tem 0g de gordura trans. E quando você olha nos INGREDIENTES do produto, o que você encontra? Gordura vegetal hidrogenada. É mole?! Agora como você vai saber o quanto de gordura trans tem em 5 bolachinhas? Não vai saber. É triste, mas é verdade. Outro exemplo pra vocês:
Observação: Os ingredientes vêm descritos de forma decrescente, isto é, do que tem mais no produto para o que tem menos. O primeiro é farinha de trigo enriquecida com ferro e acido fólico (nome bonito para farinha BRANCA refinada), o segundo é Gordura Vegetal Hidrogenada, o terceiro farinha de trigo integral, o quarto AÇÚCAR…Já dá pra ter uma idéia se isso é realmente saudável, não é?!
E tem mais gente, a gordura trans ainda pode vir com outros nomes na lista de ingredientes, como: gordura vegetal, gordura hidrogenada ou parcialmente hidrogenada, óleo vegetal hidrogenado ou parcialmente hidrogenado.
Agora vou passar pra vocês uma listinha de produtos que geralmente contém gordura trans:
Macarrão instantâneo, pipoca de microondas, bolachas (até o tipo água e sal), margarina (as mais duras e amareladas), maionese, massas folhadas, bolo industrializado, mistura de bolo pré-pronto, cobertura para bolos, sorvete de massa, frituras, salgadinhos de pacote, sopas e cremes industrializados, pratos congelados (lasanha, pizza, nuggets, etc.), chocolate, bombons, salgados congelados, fast-foods, batata frita industrializada…Alimentos ultraprocessados e que oferecem praticidade no dia a dia, o preço deles é apenas a sua SAÚDE.
A melhor dica é manter a alimentação o mais natural possível e sempre que puder prepare sua comida em casa. Pode parecer difícil, mas o segredo é organização. Com certeza essa prática vai fazer você economizar muito com médicos e remédios no futuro. 😉