A comemoração do dia das mulheres foi linda, minha timeline se encheu de belas mensagens, declarações e flores. É como se o mundo parasse para gentilezas propositalmente influenciadas pela mídia.
Passado isto, voltem para seus devidos lugares, retomaremos a viagem entre preconceitos e segregações.
Não bastasse esse “fardo” de ter nascido mulher, escolhi ser advogada. Sou duplo alvo de Piadas depreciativas: É como se ao escolhermos essa profissão, assinássemos um pacto com o diabo. Gente! Acreditem, sou boa Cristã.
Não gosto de admitir, mas é muito difícil ser mulher. As pessoas não lhe dão credibilidade, nem sempre acreditam em você e no seu potencial. Para ser mulher, você precisa ser, o tempo todo, duas vezes melhor para ser inserida no meio e três vezes melhor para ser reconhecida. Eu sinto isso o tempo todo, desde a hora em que saio de casa e preciso manobrar o carro até a hora de elaborar um parecer jurídico. Sempre tem alguém pra “assistir e apostar” que você não vai conseguir.
Mas o problema mesmo é aquele preconceito velado, o que é escondido e não vem a público, é como se fosse uma doença silenciosa, sem diagnóstico, não há tratamento, tampouco cura.
Em recente pronunciamento, o papa Francisco pondera que para as mulheres foi reservado, historicamente, as sobras ideológicas. Acho que no fim das contas é isso: temos que nos encaixar nas lacunas deixadas pela ditadura de ideologias traçadas e praticadas pelos homens e ainda assim, submeter-se a julgamento.
Aqui, em uma conversa franca com amigas, chegamos a uma conclusão: a famosa “média 7” para mulheres não vale. Temos que ser 10 o tempo todo. No trabalho, em casa, no trânsito.
Há ainda o preconceito de outras mulheres, uma julgando as outras, pela escolha das roupas, pelo gosto por bebidas.. é, de fato é pior do que parece.. mas isso é assunto outra hora..