Impossível não falar em Copa do Mundo nessa época, não é? E já que estamos na expectativa para a nossa permanência na competição, melhor acompanhar os jogos com bons vinhos…
E dá até para escolher conforme o time que você estiver torcendo, por isso trouxe algumas dicas para vocês:
Brasil, sempre Brasil!! Bom, se você ainda faz cara feia para os vinhos brasileiros é bom relembrar meu post sobre o assunto antes de prosseguir. Deixou o preconceito de lado? Então agora fique livre para escolher um bom espumante ou vinho tranquilo e seja o mais ufanado dos torcedores!! Mas quer uma dica bacana e com ótimo preço?
Em minha última viagem ao Sul provei o Miolo Colheita Noturna Sauvignon Blanc, safra 2018, lá da Campanha Gaúcha: As uvas são colhidas a noite para preservarem maior frescor e não sofrerem com efeitos da oxidação pelo calor (as colheitas ocorrem em pleno verão). O enólogo responsável, o querido Miguel Vicente (que eu cito no post acima), contou que a colheita foi feita em três madrugadas: 18, 20 e 24 de janeiro, sendo que na segunda delas, enfrentaram quedas de luz e um incêndio florestal próximo. O vinho levinho, fresco, bem cítrico, mas já nasceu cheio de histórias e bravura! Perfeito para os jogos da tarde, para aperitivos e pratos leves e para a emoção que nos acompanha nos jogos. Custa menos de R$40,00 no site da vinícola. Pode se encontrado também em lojas e supermercados por todo país em preços variáveis..
Bélgica: Duvido que alguém vá torcer pela Bélgica, mas se optar por ser do contra dificilmente encontrará um vinho do país por aqui. A Bélgica possui 5 regiões de denominação de origem e como lá também se fala francês, são AOCs (Appellations d’origine contrôlées). A maioria dos vinhos (90%) é branca e produzida com uva chardonnay, bem ao estilo do norte da Borgonha, já que o clima lá é bem gelado.
Croácia: A Croácia fazia parte da antiga Iugoslávia. No processo de dissolução do estado comunista o país passou por uma dolorosa guerra civil o que influenciou diretamente na construção de sua indústria e, no que diz respeito a vitivinicultura, a Croácia ainda busca seu lugar ao sol. São duas a regiões produtoras: Kontinentalma (interior) e Primorska (costa). A produção de tintos é de 70% e as principais uvas cultivadas são Cabernet Sauvignon, Merlot, Malvasia Nera, Teran e Plavac Mali. Provei um Plavac Mali há algum tempo e digo: Adorei! O rótulo – Korta Katarina, 2007, é um tinto poderoso e está a venda por mais ou menos R$350,00 na Decanter .
França: Dispensa apresentações, mas deixe dessa e volte duas casas…Ops.. Volte ao vinho brasileiro. Se sentir vontade de tomar vinho francês nos jogos lembre-se do que eles fizeram passar na final da Copa de 1.998 (se não era nascido leia aqui) que a vontade passa.
Uruguai: A uva de maior notoriedade no país é a super potente Tannat. Embora de origem francesa, é difícil não associá-la aos nossos vizinhos. Se optar por algum vinho elaborado com ela, harmonize com um churrascão pois a bichinha é tânica, encorpada e normalmente estagia muito em madeira. Pratinhos leves ficam encobertos por ela. Mas a dica é um bom chardonnay do país, com um tempinho em carvalho. Sabia que vinhos levemente untuosos como esse ficam uma delícia om pipoca? Pois é…. Um bom exemplo de chardonnay macio, levemente amanteigado é o da Bouza, que custa na faixa de R$80,00 no site da Decanter.
Rússia: Tome vodka! Ops.. Pensei alto. A grande maioria do território da Rússia não é adequado para o cultivo de uva pelas baixíssimas temperaturas. A maioria da produção está concentrada em partes da Krasnodar e Rostov, bem como Criméia. Quase 80% dos vinhos vendidos na Rússia em 2013 tinham sido feitos a partir de concentrados de uva, o que origina vinhos de baixa qualidade. E vejam que interessante: Em 2014, a Rússia ocupou o 11º lugar mundial na área de vinhedos cultivados, porém, como disse acima, sem grandes expressões de qualidade. A uva Rkatsiteli é responsável por mais de 45% da produção. Outras variedades cultivadas incluem Aligoté, Cabernet Sauvignon, Traminer….. A Rússia tem atualmente as seguintes denominações controladas: Sibirkovy (Сибирьковый), Tsimlyanski Cherny (Цимлянский чёрный), Plechistik (Плечистик), Narma (Нарма), Güliabi Dagestanski (Гюляби Дагестанский).
Difícil, né? Recomendo um vinho brasileiro no lugar….
Suécia: A produção “real” de vinhos suecos começou na década de 90 mas antes, de modo menos rigoroso, já se falava em “vinho sueco” para “vinhos” feitos com outras frutas. Pela legislação internacional, se não for de uva, não é vinho…Enfim…
Até agora, a Suécia promulgou apenas um mínimo de legislação e regulamentação nacional relacionada à viticultura, que inclui uma lista de variedades de uvas permitidas e outras poucas regras. Não existem denominações de origem para o vinho sueco, o que significa que os produtores suecos se limitam a comercializar vinhos de mesa, que não necessitam de regulamentações próprias de rotulagem, como ano da safra por exemplo.
Queria algo em que somos mais avançados que a Suécia? Descobriu! Ponto para o vinho brasileiro!
Inglaterra: Até o final da década de 80, os ingleses eram mais conhecidos como bebedores do que produtores de vinhos. Alguns vinhos tranquilos eram produzidos com variedades alemãs, mas nada com grande destaque. Com o aquecimento global, o clima foi ficando mais propício à produção de determinadas castas, especialmente na região Sul, nas regiões de Sussex, Kent, Hampshire e Dorset. O cultivo é essencialmente de uvas para espumantes, prevalecendo a Pinot Noir e Chardonnay, seguidas pela Pinot Meunier. Sim, amigos…. As mesmas dos champagnes! E por isso (dentre outros fatores) os ingleses estão mandando muito bem na produção dos espumantes. Caso queira provar, basta pedir a algum amigo que traga de viagem ou busque lá. Aqui no Brasil não estão a venda e não são tão baratos lá fora também. Eu ouvi gol do Brasil?? Bora festejar com um nacional.
Gostaram? Esse post é dedicado ao meu querido Beto, que deu a sugestão do tema. E é dedicado também à Turca, China e Filipe que me atualizaram sobre os resultados e com todos os memes da Copa. Valeu, gente!
Até a próxima coluna, Keli Bergamo.