Chega de medo da Tannat!!
Ouço constantemente as pessoas falarem sobre não encontrarem o momento ou harmonização correta para comprarem ou abrirem seus Tannats – e eu muitas vezes penso assim também – mas hoje vamos falar um pouco dessa uva sensacional e ainda pouco explorada pelos brasileiros.
Eu mesma me encanto pelo Tannats, compro em minhas visitas as vinícolas e depois fico aqui sem achar a hora certa pra tomá-los …. Mas enfim, fiz uma live com a queridíssima Fabiana Bracco e falamos sobre essas amplas possibilidades da Tannat e vou dividir aqui com vocês para que todos nós possamos dar uma atenção maior a essa casta.
Mas vamos começar do começo:
- Tannat – ao contrário do que muita gente acha – não é uruguaia. Ela tem uma história parecida com a Malbec na Argentina: Nasceu francesa (Madiran para Tannat e Cahors para Malbec) mas encontrou bons lugares para se estabelecer por aqui e acabou virando a uva ícone do Uruguai, tal qual a Malbec para Argentina.
- Tannat é uma das uvas com maior concentração de prolifenóis, os tais antioxidantes presentes nos vinhos.
- Tannat não é uma uva agressiva. Os vinhos bem elaborados trazem aromas e sabores suculentos e profundos. É um vinho para se harmonizar, mas não depende de nada de outro planeta para fazê-lo feliz.
- Tannats – mesmos os das mais altas categorias (vinhedos singulares ou amplamente envelhecidos) tem preços bacanas!
- Tannats podem ser bem diferentes dependendo da origem do vinho e da forma como foi elaborada. Não se limite por uma experiência que não lhe agradou tanto e tente de novo!
- Tannats da Campanha Gaúcha ( que fica ali na divisa com o Uruguai) também são incríveis. Eu adoro os da Guatambu.
Sobre a harmonização em si, o clássico é o churrasco! Mas não se limite: queijos duros e curados, charcutarias, risotos ricos em gordura (queijos, carnes…), pizzas de calabresa e peperonni, empanadas, massas com molhos robustos, vegetais grelhados são sempre bons parceiros!
E ainda há a possibilidade de encontrar Tannats em cortes, elaborados com menor extração para dar mais leveza ao vinho
Selecionei duas sugestões com perfis diferentes para vocês. Ambos são da Inovini, que tem distribuição por todo Brasil!
Puerto Carmelo, Tannat cortado com Cabernet Franc e sem estágio em barrica. Levinho, frutado mas com grande persistência e complexidade aromática. Fácil de tomar e com precinho amigo!
Narbona Tannat Roble, clássico dos clássicos, volumoso, profundo e com grande potencial de guarda. Precisa de um tempo em taça ou um decanter para se revelar melhor. Estagiou 12 meses em barrica de carvalho e é um vinhaço para quem quer conhecer esse estilo mais tradicional e o potencial do Uruguai com essa casta.
E aí? Bora procurar um Tannat e se surpreender também?
Até a próxima coluna, Keli Bergamo.
2 comentários
Bom dia Keli,,com uma história assim,, porque essa uva e seus vinhos não fazem parte da alta classe dos vinhos finos,,ou clássicos,,ele tem ótimas combinações
Lucineia, eu concordo! No geral as pessoas a acham muito rústica e pesada, mas, especialmente quando cortadas com outras uvas originam vinhos bem elegantes. Bj!