Logo que vi a nova campanha da Dove para incentivar meninas a gostarem de seus cachos, venho pensando em fazer um post sobre isso. Não espero que crianças leiam, mas que as mamães ou pessoas próximas das “cacheadinhas” façam uma reflexão.
Infelizmente a versão original do vídeo não é em português, mas consegui essa versão legendada pela Agatha Couto e postei no meu youtube para que todos tenham acesso.
Quem me vê hoje, com meu cabelo super assumido, pode não imaginar o tanto de coisas pelas quais passei… Hoje sou muito bem resolvida, na verdade assumi meu cabelo há mais de 10 anos, mas não foi tão fácil assim.
É lógico que sofri bullying do tipo: olha seu cabelo não molha, cabelo pixaim de bombril e coisas no sentido… Houve uma fase em que me sentia feia, diferente, chorava e dizia “mãe pq não caprichou na hora do cabelo?” hahaha
É muito complicado ser uma “criança cacheada”, além de muitos adultos não colaborarem para que as crianças se sintam bem, existe o fato de não existir muitas referências, bonecas, poucos coleguinhas, dentre outras coisas que façam com que as crianças se sintam “aceitas”. Para confirmar isso, a nova campanha da Dove cita logo no inicio do vídeo um dado interessante. “Apenas 4 entre 10 garotas de cabelos cacheados gostam deles assim.”
A dica que dou é: Façam com que as “cacheadinhas” se sintam bem. Incentive-as a assumir seu cabelo, por mais difícil que seja, afinal, muitas coisas vem de fora de casa e não podemos ter controle. Porém se vocês passarem segurança para as pequenas, passar por essa fase será muito mais tranquilo e quando chegarem na fase adolescente e adulta, se assumir será uma tarefa muito mais fácil.
Por sorte toda essa minha angústia durou pouco tempo, afinal meus pais, principalmente minha mãe sempre me incentivaram e me ensinaram a ter autoestima independente da situação. E então, depois de fazer químicas, pintar, cortar curtinho, enfim resolvi assumir… O que pra mim foi a melhor coisa afinal, depois que consegui enfim fazer isso, tive menos trabalho e me senti mais feliz… é como se tirasse um peso das costas.
Hoje posso afirmar com toda confiança, se não fosse essa ajuda dos meus pais, eu não teria tanto orgulho e cuidado com meu cabelo, pois, apesar de estarmos em 2015, ainda existem pessoas que te olham estranho quando você passa com seu cabelão…
Portando, incentivem, se dediquem, ensinem autoestima, tenham paciência, mostre as poucas e lindas referências, e digam sempre o quanto elas são lindas e especiais mesmo tendo o cabelo “diferente” dos outros amiguinhos.
“O melhor jeito de mudar como elas se sentem sobre os cachos é mostrar como você se sente sobre os seus”.